Itamaraty concedeu agrément a embaixadores encalacrados
No ano passado o Itamaraty teve seus motivos para mostrar ao governo de Israel que não gostaria de receber como embaixador no Brasil um político militante da ocupação dos territórios palestinos. O doutor Dani Dayan era um personagem rombudo e a pressão israelense em seu benefício foi de um amadorismo ridículo. De lá para cá, viu-se que o Itamaraty concedeu agrément a embaixadores muito mais encalacrados que Dayan. O Brasil recebeu o general Jagath Jayasuriya como embaixador do Sri Lanka. Ele deixou o seu país depois de firmar uma fama de matador de milhares de rebeldes. Exposto, escafedeu-se. (O general chegou ao Brasil em 2015 com dois poderosos guarda-costas. Resolveu passear no Rio e foi depenado.) Num caso mais grotesco, nessa mesma época o Itamaraty concedeu agrément ao embaixador de Cingapura, Choo Chiau Beng. Ele era um embaixador “não residente” e vivia em Cingapura. Até aí tudo bem, mas ele também não pertencia ao serviço público, pois era o CEO do estaleiro Keppel. Nessa condição, tomava conhecimento das propinas milionárias que sua empresa aspergia na Petrobras. O Itamaraty dá a impressão de que não sabia quem era o general. No caso do empresário, a dupla militância era pública. Só implicaram com o israelense. A VIRTUDE DO NADA Nas próximas quatro semanas o signatário dedicar-se-á exaustivamente a fazer nada. Se alguns ministros de Temer fizessem o mesmo, o doutor não acabaria metido em vexames ambientais na Amazônia. * Leia mais textos da coluna deste domingo (3): STF poderia congelar mimos a Joesley Janot tem duas semanas para procurar flecha que investigue seu braço direito Curioso tem ideia florida para alegrar as cidades