Jô perdeu a chance de entrar para a história se acusando da braçada

O Corinthians ganha no braço, o Grêmio, com força máxima, despenca e o Santos, com reservas, se afasta. Parece que há um esforço coletivo para fazer do Corinthians o primeiro heptacampeão brasileiro desde 1971. A ajuda vem do vice-líder Grêmio, do terceiro colocado Santos e, menos, mas também, do assoprador de apito no jogo em que o líder, agora dez pontos à frente, ganhou do Vasco por 1 a 0 com gol feito pelo braço de Jô. Menos porque o assoprador deixara de dar um pênalti no mesmo Jô ainda no primeiro tempo. Indiscutível que o Alvinegro fez por vencer o jogo, tantas chances criou e ou desperdiçou ou viu o goleiro vascaíno Martín Silva evitar. O pênalti é até menos importante, porque, como se sabe, perde-se pênalti no Brasileiro como nunca. Mas só num futebol maluco como o nosso tantas coisas acontecem fora da ordem mundial. Admita-se que o assoprador de apito não tenha visto a braçada de Jô. Vá lá. Seu auxiliar, atrás do gol, no entanto, não tem justificativa, não tem desculpa, não tem perdão, embora provavelmente vá justificar que a trave atrapalhou sua visão. Como não tem perdão o Grêmio, mais uma vez derrotado em casa por um time que luta para não ser rebaixado, desta vez, como havia acontecido diante do Avaí, a Chapecoense, por 1 a 0. Diferentemente do Santos, que poupou seus titulares desgastados por viajar durante mais de dois dias entre o Brasil e o Equador, o tricolor gaúcho jogou com o que tinha de melhor e perdeu, como o time praiano para o Botafogo. Já Jô perdeu a chance de entrar para a história se acusando da braçada, ele que tanto elogiou Rodrigo Caio por tê-lo eximido de um terceiro cartão amarelo que o tiraria da segunda partida das semifinais do Paulistinha. A rara leitora e o raro leitor poderão dizer que não faz sentido exigir ética de um jogador de futebol quando o país é dirigido, segundo a Procuradoria Geral da República, por um “quadrilhão”, e nenhum dos membros da quadrilha se sente constrangido a renunciar. É verdade. Só que é exatamente por isso que o Brasil desanima e está mais longe da Dinamarca que o Corinthians de seus perseguidores. Uma lástima! TRICOLOR SOBE O São Paulo fez uma apresentação segura em Salvador para vencer o Vitória por 2 a 1 e subir duas posições na zona do rebaixamento. Tão importante como a atuação no Barradão foi pelo menos um sinal de que a sorte pode estar mudando: depois de ser superior no primeiro tempo inteiro, por pouco o time não sofreu um gol no fim, em bola que caprichosamente bateu na trave. Sofresse ali o 0 a 1, o intervalo seria um inferno e o segundo tempo um sofrimento. Não só não foram como, ao contrário, logo de cara, no segundo tempo, Militão abriu o marcador e o 2 a 0 aconteceu em gol contra, embora em ótima cobrança de escanteio pelo peruano Cueva. Depois, mesmo sofrendo o gol quando ainda faltavam mais de cinco minutos, soube segurar o resultado, algo que não vinha acontecendo em sua vida mais recente. Como se diz que quando a fase é ruim tudo dá errado, o que deu certo pode indicar que a fase mudou. Uma coisa é certa: o Majestoso, no domingo (24), ganhou ares espetaculares. Pena que às 11h da manhã.