Com imagem de homem pragmático e confiável, o veterano político de direita, depois de trabalhar nas tensas negociações de divórcio entre a União Europeia e o Reino Unido, vai enfrentar agora o difícil desafio de governar a França e alcançar a maioria em uma Assembleia dividida.

O novo primeiro-ministro, apelidado pela extrema direita de “Joe Biden francês”, deve convencer os demais partidos, em uma França atolada em uma profunda crise política, sobre a conveniência da sua nomeação.

A longa carreira política de Barnier começou em 1973. Além de deputado e senador, ele foi ministro entre 1993 e 2009 em vários ramos, sob as presidências de François Mitterrand, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.

Inicialmente considerado um representante da ala social da LR, ele seguiu para a direita em 2021, quando retornou à política francesa e disputou as primárias do seu partido para as eleições presidenciais de 2022, sem sucesso.

“Ele é um homem de Estado. Um homem de consenso e de negociação, como já demonstrou durante as negociações do Brexit, algo que parece indispensável para o período atual”, disse à AFP o deputado de direita Vincent Jeanbrun.

Graduado da Escola Superior de Comércio de Paris, ele se define como um “patriota e europeu”. Ele é casado e pai de três filhos.

Aqui estão alguns fatos importantes sobre Barnier:

• 1951 – Nasceu em 9 de janeiro em La Tronche, um subúrbio da cidade alpina francesa de Grenoble.
• 1978 – Eleito para o parlamento aos 27 anos, representando o distrito gaullista de centro-direita de Savoie.
• 1992 – Coorganizador das Olimpíadas de Inverno realizadas em Albertville em seu distrito eleitoral, um evento ainda central para sua imagem pública.
• 1993-95 – Ministro do Meio Ambiente.
• 1995-97 – Ministro da Europa da França.
• 1999-2004 – Comissário de política regional da UE, responsável por subsídios e bolsas que representam um terço do orçamento da União
• 2004-05 – Ministro das Relações Exteriores.
• 2007-09 – Ministro da Agricultura
• 2009-10 – Legislador da UE.
• 2010-14 – Comissário da UE para o mercado interno e serviços. Negociou uma nova regulamentação abrangente dos mercados financeiros após a crise global, incluindo reformas impopulares em Londres.
• 2016 – Nomeado negociador do Brexit da UE após o referendo da Grã-Bretanha sobre a saída do bloco.
• 2021 – Fracassou em uma tentativa de obter a nomeação de seu partido conservador para a eleição presidencial de 2022.