Joesley é transferido para São Paulo e Saud irá para a Papuda
O empresário Joesley Batista foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde seu irmão e também dono da J&F, controladora da JBS, Wesley Batista, está preso. Ainda está prevista para esta sexta-feira (15) a transferência de Ricardo Saud, ex-funcionário e lobista do grupo, para o presídio da Papuda, em Brasília. Joesley desembarcou na capital paulista por volta das 11h40, passou pela área da PF do aeroporto de Congonhas e chegou por volta das 13h à Superintendência em São Paulo, na Lapa (zona oeste). Ele foi levado no meio da tarde para audiência de custódia na Justiça Federal, na região da avenida Paulista. Ao longo do dia, Joesley também deve passar por exame no Instituto Médico Legal. O executivo estava detido na superintendência da PF em Brasília desde segunda-feira (11). Nesta sexta, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pelos advogados dos dois irmãos. Segundo o advogado dos executivos da JBS, Antônio Carlos de Almeida Castro, chamado de Kakay, “a transferência não é um pedido da defesa, mas uma determinação da Polícia Federal por motivos de segurança. Josley irá para a sede da PF em São Paulo onde existe uma carceragem, e Saud será transferido para uma ala mais segura da Papuda”. Na noite de quinta (14), o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), converteu a prisão dos delatores da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, de temporária (de 5 dias) para preventiva, sem prazo definido. Eles foram presos no domingo e deveriam sair à meia-noite desta quinta-feira (14). No entanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para que a prisão fosse convertida para preventiva, a fim de evitar com que os executivos pudessem destruir alguma prova. Joesley, assim como seu irmão Wesley, é alvo de um pedido de prisão expedido pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Nesse caso, os irmãos Batista são acusados de se beneficiar com a compra de dólares e com a venda de ações da JBS, aproveitando-se do impacto no mercado de seu acordo de delação premiada. O avião que levou Joesley é o mesmo que trará o ex-deputado Eduardo Cunha para Brasília. A aeronave sairá de São Paulo, depois de deixar o executivo, e pegará Cunha em Curitiba. Ele passa a semana em Brasília a pedido de sua defesa onde será ouvido em ações que correm na Justiça Federal do Distrito Federal. * Quem foi denunciado pelo procurador-geral da República nesta quinta (14) presidente da República Sob a acusação de organização criminosa O presidente, segundo a PF, tinha poder “tanto para indicações em cargos estratégicos quanto na articulação com empresários beneficiados nos esquemas, para recebimento de valores, sob justificativa de doações eleitorais” Sob a acusação de obstrução da Justiça O presidente Temer, segundo a denúncia, deu aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha e de Lúcio Funaro A JBS seria a responsável por fazer os pagamentos para manter os dois calados sobre os esquemas ilícitos: sócio da JBS executivo da JBS Os demais integrantes da ‘organização criminosa’ apontada pelo relatório atuavam como os operadores que executavam ações sob controle e gerenciamento de Temer: ex-deputado e ex-ministro Foi preso em Salvador após a descoberta de um “bunker” onde estavam R$ 51 milhões em malas e caixas ex-deputado e ex-ministro Foi preso em junho, sob a suspeita de receber suborno na construção do estádio construído em Natal para a Copa do Mundo? ex-deputado federal Está preso em Curitiba e negocia um acordo de delação premiada ministro da Casa Civil É acusado de receber R$ 10 milhões da Odebrecht, segundo delação da empresa ex-deputado federal Ficou conhecido como “o homem da mala”, após ser filmado correndo com a bagagem contendo R$ 500 mil em ‘propinas’ da JBS ministro da Secretaria-Geral Foi citado 34 vezes na delação premiada de um dos executivos da Odebrecht, que o acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira