Kátia Abreu sofre cerco do PMDB do TO e tenta reatar com ruralistas

O PMDB no Tocantins entrou com pedido de expulsão da senadora Kátia Abreu (PMDB). A parlamentar enfrenta a ostensiva em seu território eleitoral enquanto tenta sua reeleição como presidente da Faet (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins), que acontece em outubro. Kátia busca retomar o apoio dos ruralistas em seu Estado, setor que praticamente a abandonou nos últimos anos quando a ex-ministra da Agricultura decidiu ficar ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante seu processo de impeachment. Os ruralistas eram fortemente a favor da saída de Dilma. Para a reeleição da federação, a senadora garante que tem o voto de 31 dos 40 presidentes de sindicatos rurais, como afirmou no fim de julho em uma reunião com parte deles. Sua chapa tem a presença de 21 presidentes votantes, contra 6 do concorrente, o pecuarista Nasser Iunes. PRÉ-CANDIDATA Enquanto tenta recuperar o crédito com os ruralistas, Kátia é pré-candidata declarada ao governo do Tocantins e enfrenta uma guerra com seu partido no Estado. O presidente do PMDB-TO e ex-deputado estadual Derval de Paiva defende a expulsão da senadora. “Chegou a um ponto que não é mais possível mesmo [a permanência]. Ela tem muita clareza disso.” Enquanto há atrito com o PMDB, o PT sinaliza afagos à senadora. Em Salvador, ela se encontrou com Lula e Dilma para discutir seu futuro político. O presidente do PT no Tocantins, deputado estadual Zé Roberto, diz que o partido prioriza candidatura própria, mas que nada impede diálogo com a ex-ministra. A reportagem tentou ouvir a senadora, que não quis dar entrevistas e nem se manifestar por nota.