OAB pede para Fachin liberar áudios de Joesley

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), para tirar o sigilo dos áudios entregues pelos delatores da JBS que fazem referência à corte e à PGR (Procuradoria-Geral da República). Em ofício enviado nesta terça-feira (5), o conselho nacional da entidade requer que o ministro disponibilize o acesso às gravações e às informações que levaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a abrir investigação sobre possíveis irregularidades. Ao defender a divulgação dos áudios, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, diz ser “indispensável que supostos atos ilícitos sejam imediatamente apurados”. Só não devem se tornar públicos, diz ele, “eventuais diálogos que digam respeito à vida privada e íntima de terceiros e outros que não interessam à investigação”. Janot disse nesta segunda-feira (4) que manteria o áudio sob sigilo por conter trechos que envolvem “direito à personalidade e à intimidade” de agentes da PGR e do STF. Para o PGR, a decisão sobre a liberação cabe ao magistrado. No ofício a Fachin, a OAB afirma que, caso o ministro considere necessário manter o sigilo, deveria autorizar a OAB a ter acesso ao material, “sob o compromisso legal de preservação do sigilo, para fins de avaliação das medidas jurídicas cabíveis”. Em uma conversa de cerca de quatro horas entre os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud —que aparentemente não sabiam que estavam se gravando—, há indícios de crimes cometidos por agentes da Procuradoria e do Supremo.