Osesp terá maratona de Mozart e das nove sinfonias de Beethoven em 2018
“Cuidar da música como uma prática diária de persistência em tempos de crise.” A frase, extraída do texto em que o diretor artístico Arthur Nestrovski apresenta a temporada 2018 da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), é bastante precisa. Segundo a Controladoria da Fundação Osesp, o orçamento de 2017 foi 5,6% menor ante o ano anterior –de R$ 91 milhões para R$ 86 milhões. Para 2018, o valor deve ser mantido. O mais importante, no entanto, está preservado na programação anunciada com antecedência. Cada obra de cada concerto, com cada regente e cada solista, em 32 semanas de março a dezembro. Uma solução econômico-artística foi convidar regentes estrangeiros que têm estabelecido boa parceria musical com o grupo a fazerem dois repertórios diferentes em semanas consecutivas. São eles Louis Langrée, Robert Treviño, Giancarlo Guerrero e Markus Stenz, além da artista associada Nathalie Stutzmann. A programação aposta corretamente no estímulo ao amadurecimento de Valentina Peleggi (titular do coro e regente em residência da orquestra), e destina à regente titular Marin Alsop dez semanas de trabalho, que inicia com a “Sinfonia n.7”, de Mahler. Ter Emmanuel Pahud (o mais importante flautista da atualidade) como artista em residência seria destaque em qualquer orquestra de ponta. Ele tocará duas vezes com a Osesp e em dois recitais solo (barroco e obras do século 20). Pahud também apresentará a estreia latino-americana do concerto de Philippe Manoury –um dos mais ativos nomes da vanguarda desde a década de 1980–, que virá a São Paulo em setembro como compositor visitante. Serão grátis a “Maratona Mozart”, em outubro, e o festival “Viva Villa!”, em fevereiro, com seis concertos celebrando o término da gravação das sinfonias de Villa-Lobos. Cabe destacar igualmente uma integral (ao longo do ano) das nove sinfonias de Beethoven com nove regentes. Encomendas de novas obras a Aylton Escobar e Ronaldo Miranda são bem-vindas, e cabe também aguardar com interesse a composição do talentoso jovem cearense Caio Facó, a ser estreada pelo Quarteto Osesp. Para quem está habituado a frequentar a Sala São Paulo, haverá uma mudança de horário. Em 2018, pela primeira vez, os concertos das séries de assinaturas de quinta e sexta serão às 20h30 (e não às 21h). Aos sábados segue o horário das 16h30. Se tentarmos antecipar o seu perfil, a temporada 2018 –cujo título é “Natureza dos Sons”– parece mais serena, mais sóbria do que a atual. Mas isso só será avaliado a partir de 20/2, quando os primeiros compassos do “Uirapuru” de Villa-Lobos derem início ao ano novo musical. * OSESP RENOVAÇÃO DE ASSINATURA de 23/10 a 10/11 TROCA DE ASSINATURAS de 14 a 24/11 NOVAS ASSINATURAS fixas e flexíveis de 27/11 a 12/01/18 (valores dos pacotes e formas de pagamento serão divulgados nesta quinta-feira no site oficial da orquestra www.osesp.art.br )