Partido governista da Coreia do Sul e oposição estão em alerta para nova declaração de lei marcial

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial — Foto: South Korean Presidential Office / AFP
Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial — Foto: South Korean Presidential Office / AFP
Parlamentares da principal sigla de oposição, o Partido Democrático, disseram ter recebido muitos relatos de uma nova declaração de lei marcial. Inclusive, o partido fará uma reunião de emergência na manhã desta sexta-feira (6), pelo horário local.
O líder do Partido do Poder Popular (PPP), Han Dong-hoon, o mesmo do presidente sul-coreano, disse nesta sexta-feira que há a possibilidade de o presidente tomar novamente uma ação radical, assim como a tentativa frustrada de declaração de lei marcial.
“Considerando os fatos recentemente revelados, acredito que é necessário suspender imediatamente o presidente Yoon Suk Yeol de suas funções para proteger a República da Coreia e seu povo”, afirmou Han, durante uma reunião de emergência da liderança do partido na Assembleia Nacional.
O político destacou que foi confirmado na quinta-feira (5) que Yoon havia instruído o Comandante de Contrainteligência, Yeo In-hyung, a deter figuras políticas chave, acusando-as de serem forças “anti-estatais”, e mobilizado a inteligência para detê-las.
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Ele expressou profunda preocupação de que tais “ações radicais” possam ser repetidas se Yoon continuar no cargo de presidente, o que colocaria o país em “grande risco”, conforme a Yonhap.
O comandante das forças especiais da Coreia do Sul, Kwak Jong-geun, no entanto, disse que se recusará a implementar qualquer nova ordem de lei marcial, de acordo com reportagens da mídia local.
Alvo de investigações da polícia e de procuradores, o presidente da Coreia do Sul deverá enfrentar a votação do processo de impeachment às 19h desta sexta-feira, pelo horário de Brasília — manhã de sábado (7), no horário local.
O pedido de impeachment é uma retaliação à imposição da lei marcial anunciada na terça-feira (3) por Yoon, que restringia direitos civis e fechava a Assembleia Nacional.

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