Polêmico, ‘Mãe’ vale ser assistido por sua brutalidade, simbologia e ritmo

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO É muito fácil falar mal de “Mãe!”, novo filme de Darren Aronofsky, que tem Jenifer Lawrence e Javier Bardem vivendo um casal que recebe visitantes inesperados. O longa, atualmente em cartaz, pode até não primar pela sutileza, abusa um pouco do sadismo e é pouco generoso com a protagonista. Mas vale ser visto. A sãopaulo enumerou cinco razões para dar uma chance a ele. Veja salas e horários de exibição. * UMA OBRA RADICAL PARA TEMPOS RADICAIS Em 2017 vive-se a ameaça de uma guerra nuclear, supremacistas brancos saem das tocas e a censura à arte volta à baila. A brutalidade de “Mãe!” responde à altura: mostra policiais violentos, seitas fanáticas e um ídolo narcisista. * FURANDO A ZONA DE CONFORTO Pode-se até não gostar do resultado, mas ao menos Aronofsky foge das fórmulas certeiras que têm assolado a produção cinematográfica recente. No filme, o diretor não inclui esperança de redenção ou qualquer concessão aos espectadores. * AS ATUAÇÕES SÃO BOAS Jennifer Lawrence finalmente ganha um papel adulto, que não é o de jovem tolinha ou heroína adolescente. Mas o destaque fica mesmo com os olhos e modos intimidadores da convidada maliciosa vivida por Michelle Pfeiffer. * ATENÇÃO AOS SÍMBOLOS A obsessão por temas bíblicos de Aronofsky está carimbada em vários momentos da trama: rivalidade fraterna, inundação, chamas infernais Dá para gostar mais do filme se o espectador ficar atento à sua simbologia. * SEM SONO Não dá para reclamar do ritmo do filme. Se a primeira metade prende o espectador pelo suspense; a segunda parte inicia uma escalada de situações tão absurdas que se não causarem horror, ao menos valem pelo humor involuntário.