RenovaBio deve ir para o Congresso em outubro, diz setor de biodiesel

A indústria de biodiesel projeta que o RenovaBio, programa federal voltado ao setor, seja encaminhado ao Congresso na semana de 15 de outubro, segundo a Aprobio, associação do segmento. O projeto, que teve suas diretrizes definidas no fim de junho, não foi enviado para votação até agora por divergências internas no governo. “Não há temor de como o projeto vai sair. O que existe é pressa. Independente do texto, a proposta será discutida na Câmara e no Senado, e haverão ajustes nesse processo”, afirma Erasmo Battistella, presidente da entidade. O MME (Ministério de Minas e Energia) e a Casa Civil afirmam que não há uma definição sobre o tema. O mercado rebate os questionamentos de que as mudanças elevariam o preço do combustível. “A inflação ocorre com ou sem o biodiesel.” A proposta apresentada pela Fazenda para que as emissões de carbono fossem taxadas diretamente pelo governo também é rechaçada, diz Donizete Tokarski, da Ubrabio, outra entidade do segmento. A indústria defende que as empresas comercializem créditos de descarbonização. A projeção é que o programa saia junto com a antecipação do B10 —taxa obrigatória de 10% de biodiesel no diesel comum, outro pleito do setor. Hoje, a exigência é de 8%, e a previsão legal é de uma alta para 9% em março de 2018 —para 10%, só em 2019. A antecipação dos 10% para o próximo ano está em estudo, mas não há decisão, diz o MME. A medida reduziria a ociosidade das companhias, hoje em 40%, para até 15%. “As importações de diesel cresceram 60%, enquanto a indústria está ociosa. É um contrassenso”, diz Battistella. IMPORTAÇÕES DE DIESEL – Em bilhões de litros* * Shopping à venda As atuais negociações da BR Malls para a venda de shoppings deverão sair em um prazo de 12 a 18 meses, afirma o diretor-executivo de operações, Vicente Avellar, que não abre o total de ativos em estudo. “Existe uma análise pontual de alguns shoppings, mas são negociações mais longas, não tem como dizer se algo ocorrerá ainda neste ano”, diz ele. Hoje, são 44 empreendimentos no total. Após a captação de recursos, realizada em maio, a empresa passou a ter um endividamento confortável e não está pressionada a vender ativos, afirma. “A maior parte do valor levantado foi usada para matar a dívida em dólar, que era um risco adicional no balanço. Isso nos colocou em situação adequada para estudar novos investimentos.” Dos recursos levantados, R$ 350 milhões serão destinados para aquisições, mas a empresa poderá buscar mais capital caso surjam oportunidades acima desse montante. “É o momento de voltar a avaliar bons ativos. Não haverá desaceleração.” A vacância dos shoppings está em 4,5%, na média. O nível pré-crise girava entre 2% e 3%. “Melhorou, mas é difícil prever quando retornará ao patamar anterior.” R$ 4,65 BILHÕES era a dívida bruta da BR Malls ao fim do 2º trimestre deste ano, queda anual de 7,7% R$ 2,21 BILHÕES era o caixa no período * Saída do vermelho A queda da inadimplência de pessoas físicas deverá ter uma leve aceleração em outubro, segundo o Ibevar (instituto de executivos do varejo) e o Provar/FIA (Programa de Administração de Varejo). O índice de brasileiros com algum pagamento atrasado há pelo menos 90 dias deverá girar em torno de 5,42%, afirma Claudio Felisoni, presidente do conselho do Provar. A porcentagem equivale a uma retração de 12% em relação ao mesmo mês de 2016 e de 5,7% na comparação com agosto deste ano, dado mais recente publicado pelo Banco Central. Até aqui, nenhuma queda em 2017 foi superior a 7,6%. “Há uma recuperação gradual da renda real das famílias, ainda que limitada, por causa da menor inflação e da melhora no nível de emprego”, afirma o executivo. “As condições deverão melhorar ainda mais daqui para frente, ainda que sobre uma base de comparação muito baixa. O horizonte na economia é previsível até as eleições do ano que vem.” Contas a pagar – Brasileiros com pelo menos uma conta atrasada há mais de 90 dias, em % * Chama o estagiário A contratação de estagiários e aprendizes cresceu 2,05% no terceiro trimestre deste ano e, hoje, a presença deles é semelhante ao do período anterior à recessão, segundo o CIEE (Centro Integração Empresa Escola). “A tendência é de um crescimento maior no fim do ano, principalmente no começo de 2018”, diz o Marcelo Gallo, superintendente da entidade. Estagiários não são contratados como empregados fixos, mas a alta também sinaliza o fortalecimento do mercado de trabalho, diz ele. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI