São Paulo tem de vencer, e Corinthians pode perder ainda no Brasileiro

O São Paulo, no Morumbi, não pode nem pensar em empatar neste domingo (1º) com o Sport. O Corinthians, no Mineirão, pode ser derrotado pelo Cruzeiro. É isso. O tricolor tem de vencer. O Corinthians pode perder. Hernanes e companhia estão diante da possibilidade de sair, nesta 26ª rodada, da incômoda zona do rebaixamento e o adversário parece ser de encomenda, sem seu principal jogador, embora em péssima fase, Diego Souza, suspenso por ter sido irresponsavelmente expulso no empate com o Vasco. O time comandado por Vanderlei Luxemburgo está há oito jogos sem comemorar nem sequer uma vitória. Foram cinco derrotas e três empates, três pontos em 24 disputados. Permitir o empate será vexaminoso. A derrota será catastrófica. Mas que ninguém pense que este domingo (1º) é dia da camisa pesada jogar, porque ela tem servido mais como âncora do que como motor. É dia para o time jogar bem, sem se preocupar com o apito, mas em fazer gols. E em não tomá-los, por favor. Porque desde a 15ª rodada, quando bateu o Vasco por 1 a 0, o São Paulo sofreu gols em todas as dez rodadas e nada menos que 19. Chega, basta! Já o Corinthians enfrentará o pentacampeão da Copa do Brasil, classificado para a fase de grupos da Libertadores da América, na qual buscará o tricampeonato, atrás de seu primeiro título mundial de clubes. Que Cruzeiro será? De ressaca pela dura conquista no último meio de semana? Ou leve e solto exatamente porque com a vaga assegurada no torneio continental? Tivesse perdido o título para o Flamengo talvez o alvinegro encontrasse uma equipe em depressão e certamente um Mineirão vazio. Antes de qualquer jogo, sabe-se, todos os prognósticos são possíveis, invariavelmente para serem desmentidos no gramado. É possível que a pergunta nem seja sobre qual Cruzeiro o Corinthians enfrentará. A questão é qual Corinthians jogará contra os mineiros? O do primeiro turno já deu todos os sinais de estar enterrado. E, lembremos, quando ambos se encontraram em Itaquera, o Corinthians teve o benefício de um pênalti não marcado sobre Ábila que, além do mais, perdeu um gol inacreditável na partida que terminou com injusto 1 a 0. Fábio Carille, que tem em Mano Menezes um de seus mestres além de Tite, há de saber que os laterais Fagner e Guilherme Arana serão severamente vigiados. Que os espaços no meio de campo estarão permanentemente congestionados e que a agora afinada dupla de zaga cruzeirense terá apenas mais trabalho físico com Kazim, mas muito menos preocupação técnica se Jô pudesse jogar. Não bastasse, se o Palestra paulista imagina que ainda pode ser campeão, por que o mineiro dará os trâmites por findos se uma vitória o deixará a 11 pontos do líder? Diferentemente do Sport em queda livre, o Cruzeiro vive franca ascensão, quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos, 13 pontos ganhos em 15. Daí ser razoável prever neste domingo de contrastes para dois hexacampeões brasileiros uma tarde feliz para os são-paulinos no estádio e outra de sofrimento para os corintianos na frente da televisão. Se assim será ou não trataremos na coluna de segunda-feira (2).