Soja amplia ganhos em Chicago nesta 3ª feira com boas novas da demanda em retomada pós feriado
Os preços da soja seguem em alta na Bolsa de Chicago na sessão desta terça-feira (5) e ampliando seus ganhos neste início de tarde. Às 12h (horário de Brasília), os ganhos entre os principais vencimentos era de mais de 15 pontos, com o novembro/17 – principal referência do mercado – sendo negociado a US$ 9,65 por bushel. “As commodities estão em alta por questões técnicas e fundamentais”, explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa.
O mercado, como explicam analistas e consultores internacionais, segue se ajustando a esse período de transição e conclusão da nova safra americana, além de estar atento ainda ao cenário climático para essa fase.
A chegada de um novo furacão nos EUA – agora o Irma – “continua sendo a grande história de clima da semana”, explica o relatório diário da consultoria Allendale. “A rota das tempestades continua a ser observada, porém, sua força é o que mais impressiona. Qualquer siinal de geadas ou tempo mais seco entre as principais regiões produtoras ainda podem aparecer”, completa o boletim.
“A expectativa é que o furacão chegue sábado ao sul da Flórida, no entanto, sem projeção ainda da categoria de impacto à costa. Alguns meteorologistas comentam que o furacão pode se deslocar para o Oeste, em direção à Louisiana e Texas e não para o norte como estava previsto anteriormente”, explica o boletim diário da Labhoro.
Ainda nesta terça, chega o novo reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que poderia trazer, de acordo com expectativas do mercado, estabilidade ou uma redução de 1% no índice de lavouras em boas ou excelentes condições.
Ademais, segue a batalha entre oferta e demanda neste momento, ajudando a direcionar os futuros da commodity em Chicago. “As estimativas privadas para a produtividade da soja têm se mostrado um pouco melhores do que o esperado, ficando até mesmo acima dos números do USDA em alguns casos, porém, os sinais da demanda também são muito promissores”, explica o analista Terry Reilly, da Futures International.
O Centro Nacional de Grãos e Óleos da China (CNGOIC) informou, em nota, que foram contratados, na última semana, 20 carregamentos de soja dos Estados Unidos para cobrir as necessidades de consumo de setembro e outubro. “A China está cerca de 50% coberta para outubro”. E ainda segundo Reilly, em suas análises, “as margens de esmagamento da China estão crescendo, se tornando positivas em cerca de US$ 0,96 por bushel”, diz.
Nesta terça, o USDA trouxe um novo anúncio de venda de soja em grão para a China de 136 mil toneladas e também favoreceu o avanço das cotações nessa retomada dos negócios.