Soja cai em Chicago nesta 6ª com realização de lucros, clima bom e véspera de feriado nos EUA

Após o forte rally registrado na sessão anterior, o mercado da soja na Bolsa de Chicago tem uma sexta-feira (1) de realização de lucros. Os futuros da oleaginosa intensificaram suas baixas e, por volta de 13h15 (horário de Brasília), recuavam entre 5,75 e 12,50 pontos. As baixas mais fortes eram registradas nos vencimentos mais distantes, já que foram os que mais subiram ontem. Assim, o contrato novembro/16, referência para a nova safra americana, era cotado a US$ 11,39 por bushel.
Além dessa correção, há ainda alguns outros fatores que pesam sobre as cotações neste pregão, segundo explica Andrea Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora. “Início de mês e de semestre, pré 4 de Julho, previsões climáticas que não oferecem riscos às lavouras propiciam a soja a negociar em baixa”, diz.
Apesar dos números positivos desta quinta-feira (30), trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) – com uma área estimada em 33,87 milhões de hectares, 1% maior do que a de 2015, mas abaixo das expectativas -, os traders parecem buscar reequilibrar o mercado, principalmente diante do fim de semana prolongado nos EUA. Na segunda-feira, em função do feriado do Dia da Independência, a Bolsa de Chicago não opera, o que mantém os investidores mais na defensiva.
Agora o mercado internacional, passado o nervosismo inicial pós relatórios do USDA e conhecidos os números de área de plantio nos EUA, passa a voltar seus olhos com ainda mais atenção para o cenário climático nos Estados Unidos. Ontem, o NOAA, o departamento oficial de clima dos EUA, atualizou suas previsões para o mês de julho, o que também está sendo considerado pelos traders.

“As previsões de julho mostram temperaturas ligeiramente acima da média para todos os Estados Unidos e chuvas dentro da média sazonal para áreas produtoras de soja, milho e trigo”, diz Andrea. “Apesar do clima durante julho ser importante, especialmente para o milho, os fundos monitorarão as chuvas para o final de semana, afinal 4 de julho – Dia da Indpendência – é historicamente importante para os produtores e um divisor de águas entre os períodos de plantio e de desenvolvimento e definição das lavouras”, completa a analista.
Na outra ponta, a demanda. Este tem sido um fator que segue como pilar de suporte para as cotações e tem sido, neste momento, um dos mais importantes para o mercado da soja, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. E o consumo é forte não só pela soja em grão com por seus derivados.
De acordo com o executivo, os EUA já possuem 106% do volume projetado de vendas para exportação comprometido pelos EUA e o ano comercial termina somente em agosto. “E a demanda continua muito forte e crescendo”, diz.
Ainda nesta sexta, o USDA anunciou a venda de 40 mil toneladas de óleo para a China, sendo todo volume referente à safra 2016/17.