O pregão desta segunda-feira (29) foi positivo aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity reduziram os ganhos durante o dia, porém, encerraram a sessão com valorizações entre 5,50 e 6,00 pontos. O vencimento março/18 era cotado a US$ 9,91 por bushel e o maio/18 a US$ 10,02 por bushel.
Conforme explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado continua sendo impulsionado pelas previsões de clima mais seco na Argentina. “Temos previsões que indicam a continuidade do clima seco no país nos próximos 7 a 10 dias”, pondera o especialista.
“Os últimos mapas mostraram que as lavouras de soja no país estão sofrendo com o tempo seco. E poucas chuvas são indicadas nas previsões climáticas nas próximas duas semanas e as temperaturas continuam elevadas”, reportou o site internacional Farm Futures.
No último final de semana, algumas regiões da Argentina até receberam chuvas, mas ainda insuficientes para recompor a umidade nos solos, ainda conforme explicam os especialistas. “Há muitos cultivos sofrendo, sem crescimento, com folhas caídas, sobretudo nas áreas mais altas”, observa um técnico de Rufino, em Santa Fe em entrevista ao La Nación.
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E embora os preços tenham reduzido os ganhos durante o dia, o consultor reforça que o mercado ainda é positivo. “Tivemos alguma liquidação durante o pregão depois das altas mais expressivas. O vencimento março/18 tentou tocar o patamar de US$ 10,00 por bushel, mas não conseguiu consolidar o nível. O mesmo aconteceu com os contratos mais distantes que buscaram os US$ 10,20 por bushel”, explica Brandalizze.
Além disso, os participantes do mercado estão atentos às previsões de chuvas na faixa central do Brasil, uma vez que o cenário pode afetar o andamento da colheita da soja. No maior estado produtor do grão no país, Mato Grosso, a colheita atingiu 12,35% até a última sexta-feira, segundo levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o índice estava em 16,25%.
“A precipitação persistente no Brasil levou a preocupações com os atrasos e qualidade da colheita”, informou o site Agriculture.com.

Por outro lado, o consultor ainda sinaliza como um fator limitante aos ganhos o relatório de embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia 25 de janeiro, os embarques de soja somaram 1,104,9 milhão de toneladas.
O volume ficou abaixo do reportado na semana anterior, de 1.419,4 milhões de toneladas, e dentro das apostas dos investidores, entre 790 mil a 1,28 milhão de toneladas. No acumulado da temporada, os embarques de soja do país totalizam 33.379,8 milhões de toneladas. Em igual período do ano anterior, o volume embarcado somava 38.830,6 milhões de toneladas.
Mercado interno
O início da semana foi de ligeiras movimentações aos preços da soja no mercado doméstico. Conforme levantamento da equipe do Notícias Agrícolas, em Primavera do Leste (MT), o ganho foi de 4,10%, com a saca a R$ 60,90. Já em Rondonópolis (MT), a alta foi de 1,13%, com a saca a R$ 62,50. No Porto de Paranaguá, o valor futuro, para entrega em março/18, subiu 0,70%, com a saca a R$ 71,50.
Na contramão desse cenário, o preço caiu 5% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca a R$ 57,00. No Oeste da Bahia, a perda foi de 3,28%, com a saca a R$ 59,00, já em Brasília, a perda ficou em 2,56%, com a saca a R$ 61,00.
Segundo Brandalizze, os preços subiram entre R$ 1,00 e R$ 1,50 a saca em relação à semana anterior. “Mas as ofertas sumiram. Nessa fase inicial de colheita, temos mais especulação e menos negócios. Porém, a expectativa é que os negócios melhorem ao longo da semana”, completa.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1665 na venda, com alta de 0,84%. Depois de acumular uma queda de quase 6% nos últimos cinco dias. De acordo com dados da agência Reuters, o câmbio exibiu um movimento de correção técnica depois das desvalorizações recentes.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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