Soja fecha com mais de 16 pontos de alta com cenário de clima muito ruim no Corn Belt
Segunda-feira agitada para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa lideraram o movimento de altas no quadro internacional e terminaram o dia com mais de 16 pontos de ganho entre as posições mais negociadas. Assim, o julho ficou em US$ 9,12 e o novembro, US$ 9,39 por bushel.
Os traders seguem se apoiando nas extremamente desfavoráveis condições de clima para no cinturão de produção dos Estados Unidos. O último final de semana foi extremamente chuvoso em quase toda a região produtora norte-americana e segue comprometendo severamente os trabalhos de campo.
A imagem abaixo mostra o acumulado das precipitações nas últimas 72 horas. Algumas regiões em Illinois, Indiana, Missouri e Ohio receberam mais de 80 mm neste período.
Para os próximos 7 dias – desta segunda (17) a 24 de junho – são esperados acumulados semelhantes, ainda com os maiores volumes sendo esperados para a porção leste do Corn Belt, como mostra o mapa atualizado do NOAA, o serviço oficial de clima do governo americano.
“Essas são chuvas de sérios danosp para as lavouras e causadoras de enchente”, diz o meteorologista sênior do portal internacional DTN The Progressive Farmer, Bryce Anderson.
Além das chuvas, as temperaturas são outra preocupação dos produtores. Em boa parte dos Estados Unidos, os números mostram temperaturas dentro do normal para esta época, ou abaixo da média, complicando ainda mais a germinação das sementes e o processo de secagem dos campos.
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“A especulação aposta na confirmação dos mapas que trazem a permanência de um padrão ex- tremamente chuvoso sobre o Cinturão, nesta reta final de junho. Se con- firmado, o padrão meteorológico irá resumir de maneira extremamente danosa, também prejudicando irrecuperavelmente a finalização do plantio da soja, assim como já afetou o milho”, explicam os consultores da ARC Mercosul.
Com todo esse quadro, as maiores dúvidas agora se direcionam à área destinada aos grão que será efetivamente semeada. Conhecida, ela poderá dar um pouco mais de norte ao andamento dos preços, ainda de acordo com a ARC.
“Os próximos 10 dias definirão o total de área plantada com a oleaginosa nos EUA”, afirmam os especialistas da consultoria.
PRÊMIOS
Ainda nesta segunda-feira, os prêmios ofertados para a soja brasileira recuaram diante das altas fortes registradas na Bolsa de Chicago. As perdas foram consideráveis em relação à última sexta-feira (14), porém, os valores ainda variam entre US$ 1,00 e US$ 1,15 por bushel acima dos valores praticados na CBOT.