Soja fecha em queda na CBOT nesta 2ª feira e pressiona cotações nos portos do Brasil
Na sessão desta segunda-feira (11), os preços da soja iniciaram a semana trabalhando em campo negativo e fecharam o dia com perdas de pouco mais de 7 pontos entre os principais vencimentos. Assim, o contrato março/18 também perdeu o patamar dos US$ 10,00 e terminou o dia com US$ 9,94. Já o maio/18, referência para a safra brasileira, fechou com US$ 10,05.
Uma combinação de fatores pesou sobre a formação dos preços na Bolsa de Chicago neste pregão, como explicou o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. Entre eles, algumas divergências nos modelos climáticos para a América do Sul e os ajustes de posições por parte dos fundos de investimentos antes do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta terça-feira (12).
Clima na América do Sul
O modelo europeu, na noite deste domingo (10), retirou parte das chuvas previstas para a Argentina nos próximos dias, ao contrário do que mostrava o modelo americano. Nesse cenário, os traders observaram as precipitações que ainda apareciam no mapa para promover alguma realização de lucros.
Entretanto, essas chuvas são abaixo do normal para a necessidade dessas regiões.
Para Sousa, o que pode mudar efetivamente a direção das cotações neste momento é somente o clima na América do Sul. Essa divergência entre os modelos é típica deste momento do mercado climático, e é o que pode trazer mais volatilidade aos negócios nos próximos meses.
Além disso, as atuais condições de clima, ainda como explica o diretor da Labhoro, já são claros sinais de que o padrão do La Niña foi fortemente estabelecido e também pode ganhar espaço entre s especuladores nos próximos meses.
Dólar e preços no Brasil
Ainda nesta segunda-feira, o mercado internacional da soja observou o dólar subir pela terceira sessão consecutiva frente ao real. A moeda americana subiu 0,08% e fechou a R$ 3,2974.
“O mercado está pisando em ovos, reagindo a qualquer notícia. Cada dia que passa, vê que está complicado votar”, afirmou o gestor de derivativos de uma corretora local à agência de notícias Reuters.
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Assim, o efeito sobre os preços no Brasil acabou sendo irregular. Embora algumas praças de comercialização tenham registrado altas consideráveis – como no Oeste da Bahia, onde o preço da saca foi a R$ 64,00, subindo 2,68% – os indicativos nos portos voltaram a recuar.
Em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 74,50 e queda de 1,06%, enquanto a safra nova foi a R$ 75,00 por saca, perdendo 0,66%. No porto de Rio Grande, as referências ficaram em R$ 74,50 e R$ 76,50 por saca, com baixas de 0,67% e 0,39%.