Soja intensifica perdas em Chicago nesta 5ª feira; alta do dólar contribui com preços no Brasil

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a intensificar suas baixas na tarde desta quinta-feira (7) e, por volta de 14h40 (horário de Brasília), os recuos já passavam de 12 pontos entre os principais vencimentos. Assim, o janeiro/18 já voltava aos US$ 9,89 por bushel, enquanto o maio/18 – referência para a safra brasileira – valia US$ 10,12.
Como explicam analistas e consultores, a pressão ainda vem de vendas amplas de posições por parte dos fundos de investimento diante, principalmente no caso da soja, das previsões indicando condições ligeiramente melhores para a Argentina nos próximos dias.
“Os players processando as atualizações climáticas para a América do Sul, com novas configurações de tempo um pouco mais úmido para a Argentina no período de 9 a 10 dias. Estamos vivenciando um mercado clima e por enquanto as oscilações deverão continuar”, explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.
Ainda segundo informações apuradas pela Labhoro, há mapas indicando mais chuvas para a Argentina no período dos próximos 8 a 10 dias. O padrão, entretanto, não é semelhante entre todas as casas de clima.
“Hoje a expectativa é de tempo seco para a Argentina e para amanhã algumas áreas como extremo leste de Buenos Aires, sul de Santa Fé e faixa do noroeste ao sudeste de Córdoba podem receber precipitação entre 5 e 20 mm. Já para sexta, os mapas não mostram chuvas”, afirma a corretora.

E por lá e também no Brasil, as temperaturas começam a subir e também exigem um pouco mais de atenção.
Ademais, nesta quinta-feira, o dólar sobe forte no Brasil – apresentando um ganho de quase 2% frente ao real, por volta de 15h (Brasil) – e também vinha pesando de forma considerável sobre as cotações na CBOT. A divisa já chegava aos R$ 3,293.
“A situação volta a complicar…Vamos ter que conviver com mais uma sessão de informações desencontradas, o que agrega volatilidade aos mercados”, explicou o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira, à agência de notícias Reuters sobre o caminhar da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
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É esse patamar do dólar, porém, que ajuda a segurar os preços no mercado brasileiro. Mesmo com o recuo intenso em Chicago, as referências no terminal de Paranguá, por exemplo, ainda buscavam manter o intervalo de R$ 75,00 a R$ 75,50 por saca.