Soja: Mercado começa abril com perdas de mais de 1% em Chicago pressionado pela pandemia
O mês de abril começa começa com baixas de mais de 1% na Bolsa de Chicago entre os preços da soja. Nesta quarta-feira (1), as cotações perdiam mais de 10 pontos nos principais contratos, por volta de 6h55 (horário de Brasília), com o maio valendo US$ 8,75 e o julho e agosto com US$ 8,78 por bushel.
Os mercados todos, mundo a fora, começam um novo trimestre pressionados pelos preocupantes resultados do anterior, e diante das notícias preocupantes, principalmente, vindas dos EUA. Na noite de ontem, o presidente Donald Trump afirmou que os americanos têm de estar preparados para as próximas duas semanas, que deverão ser bastante dolorosas e com o país podendo contabilizar ao menos 240 mil vítimas pela Covid-19.
O que traz balanço e equilíbrio ao mercado é a demanda chinesa, que dá sinais de melhora no mercado norte-americano já há alguns dias. Como explica o analista de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity Consultoria, a China vem às compras para construir seus estoques diante de receios de qye a logística possa começar a comprometer o abastecimento em seus maiores fornecedores, que são Brasil e Estados Unidos.
Veja sua entrevista, na íntegra, ao Notícias Agrícolas:
>> Soja: China vem ao mercado para fazer estoques, com receio que seus maiores fornecedores (Brasil e EUA) fechem portos
“Apesar do suporte da expectativa de demanda forte e com a China voltando aos poucos a funcionar, a crise do Covid-19, que ainda está no auge na Europa e prometendo se alastrar rapidamente nas Américas nos próximos 15 dias deixam traders na defensiva”, explica Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da AgroCulte. “O dia amanheceu negativo e pesado e o mercado precisa urgentemente de novidades boas em relação a cura e/ou vacina para voltar a operar em cima dos tradicionais fatores de oferta e demanda”, completa.
Além disso, Cachia explica ainda que o outros fatores que pressionam as cotações são os baixos preços do petróleo – que hoje voltam a ceder e recuam mais de 1% na Bolsa de Nova York, assim como todas as commodities – e os rumores de que as condições logísticas na Argentina voltam, aos poucos, à normalidade.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira e quais as outras preocupações nos EUA diante do país ter se tornado o novo epicentro da pandemia:
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