Soja: Mercado em Chicago fecha nova sessão em alta; no BR, preços sobem também com dólar
Na sessão desta segunda-feira (3), os futuros da soja operaram durante todo o dia em campo positivo na Bolsa de Chicago, chegaram a subir mais de 7 pontos entre os principais vencimentos, mas encerraram os negócios com altas de 2,6 a 3,2 pontos nas posições mais negociadas. As cotações, principalmente nos contratos mais distante, voltaram a se aproximar dos US$ 9,00 – que ainda é uma forte referência de resistência para as cotações – e devolveram parte dos ganhos.
“Ainda se percebe uma forte presença de ondas eletrônicas de venda entre os US$ 9,00 e US$ 9,10 e, toda vez que o mercado se aproxima desses patamares, ele volta um pouco”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, afirmando que os negócios ainda obedecem a um comportamento bastante técnico e sem força para sair desse intervalo de preços.
No entanto, neste começo de semana, os futuros da oleaginosa contaram com mais alguns fatores de estímulo na Bolsa de Chicago. E o principal deles, como explica a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro, é a perda de competitividade do produtor brasileiro – que resteinge ainda mais suas vendas – diante de um dólar mais baixo.
Embora a moeda norte-americana tenha registrado alguma recuperação nesta segunda, após a baixa severa da última sexta-feira, o patamar menor da divisa afungentou os vendedores e deu suporte às cotações internacionais.
“A leitura do mercado da soja é uma leitura muito atrelada, infelizmente, de que o sojicultor brasileiro perdeu competitividade em um curto espaço de tempo e de forma bem intensa”, diz Andrea. “Se fizermos uma outra pontuação de quanto perdeu o real e de quanto Chicago subiu, percebemos ainda que o produtor brasileiro perde”, completa.
Ao mesmo tempo, o mercado internacional da soja contou ainda com alguns outros fatores positivos, como os bons números dos embarques semanais norte-americanos – que subiram, de acordo com o último boletim reportado, nesta segunda-feira, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), além de um rally expressivo nos preços do petróleo em Londres e Nova York.
O país embarcou 1.067,366 milhão de toneladas de soja, contra 1.055,182 milhão da semana anterior e ficou dentro das expectativas do mercado, as quais variavam entre 725 mil e 1.150,0 milhão de toneladas. No acumulado da safra 2015/16, os embarques norte-americanos da oleaginosa já somam 39.546,530 milhões de toneladas, abaixo das 42.548,497 milhões do mesmo período da temporada anterior.
Em Nova York, os futuros do WTI subiram mais de 5% e superaram, pela primeira vez em 2016, o patamar dos US$ 40,00 por barril.
“O rally nos preços do petróleo é como um catalisado para o bom momento entre os futuros dos grãos. Porém, essa força se dá toda pela necessidade de cobertura de posições mais curtas, e as expectativas melhores de curto prazo se dão mais para os futuros da soja e do trigo”, explica Matt Pierce, trader de Chicago da consultoria internacional Price Futures LLC.
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Dólar e Preços no Brasil
O dólar fechou com alta de 0,88% e valendo R$ 3,7937 nesta segunda-feira, após uma severa baixa de quase 6% na última semana. Com o mercado brasileiro ainda contando com uma demanda bastante forte, o reflexo dessa ligeira recuperação se dá imediatamente sobre as cotações da soja registradas nos principais portos do Brasil. No interior do país, os preços também subiram.
Em Rio Grande, a soja disponível subiu 1,32% e a com entrega prevista para junho/16, 1,05%, assim, as últimas referências ficaram em R$ 76,50 e R$ 77,30, respectivamente. Já no terminal de Paranaguá, ganho de 1,355 – para R$ 75,00 – e de 2,03% para R$ 75,50 por saca.
No interior, as principais praças de comercialização registraram ganhos de 0,79% – no Oeste da Bahia – a 4,63%, em Campo Novo do Parecis, o que levaram os preços a encerrarem o dia com, respectivamente, R$ 64,00 e R$ 56,50 por saca.