Soja: Mercado volta a subir na CBOT; mas baixa do dólar tira força dos preços nos portos

Em uma nova sessão de volatilidade e após iniciar o dia operando com leves baixas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago testou ligeiras altas nesta quinta-feira (20), perto de 11h (horário de Brasília), voltou a cair, porém, parece ter recuperado o fôlego e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), as cotações já exibiam alta de dois dígitos. O contrato setembro/15 valia US$ 9,15 por bushel, subindo 11,73 pontos.
Embora pressionado pelo bom desenvolvimento da nova safra norte-americana, pelas previsões de clima favorável para o Meio-oeste nos próximos dias e das notícas preocupantes sobre a economia da China, os bons números das vendas semanais das exportações dos EUA trouxeram algum suporte para as cotações.
Novamente nesta quinta, as bolsas chinesas voltaram a recuar e, segundo informações da agência de notícias Reuters, refletindo as informações de que empresas receberam investimentos do governo chinês. Desde a desvalorização do yuan, a bolsa de Xangai já acumula uma baixa de 7%.
Na semana que terminou em 13 de agosto, os EUA venderam 830,8 mil toneladas de soja – entre safras nova e velha – e o total ficou dentro das projeções dos traders, que variavam de 500 mil a 1,050 milhão de toneladas. Na semana anterior, esse número foi de 756,8 mil toneladas.
Foram vendidas 46,4 mil toneldas da temporada 2014/15 e mais 784,4 mil da 2015/16. Com esse volume, no acumulado do atual ano comercial – que se encerra em 31 de agosto – chegou a 51.935,30 milhões de toneladas, contra a perspectiva do USDA de vendas de 49,7 milhões de toneladas. Da safra velha, o principal destino das vendas foi a Holanda e, da velha, a China, que adquiriu 784,4 mil toneladas.
No caso do farelo de soja, as vendas semanais dos EUA superaram as expectativas – de 25 mil a 225 mil toneladas – ao totalizarem 232,8 mil toneladas. Foram vendidas 62,8 mil da safra velha, sendo a Venezuela o maior comprador, e 170 mil da nova, e as Filipinas como principal destino. As operações da temporada atual estão 10% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Sobre o óleo de soja, o boletim do USDA mostrou as vendas em 7,100 mil toneladas da safra 2014/15 e a Venezuela como principal compradora. As expectativas do mercado variavam de 0 a 15 mil toneladas.
E como reportou o blog da Agrinvest nesta quinta-feira, as commodities de uma forma geral se recuperam na sessão de hoje depois das fortes baixas dos últimos dias, o que acontece também com as moedas de economias emergentes em detrimento do dólar, e um dólar mais baixo dá fôlego para essa retomada dos futuros da oleaginosa, entre outros produtos.
No mercado financeiro, apesar dessa nova baixa das bolsas chinesas, o humor já está melhor entre os investidores, depois que a ata da reunião do Federal Reserve (o banco central norte-americano) se mostrou “cautelosa em relação à baixa inflação nos EUA e riscos globais de menor crescimento liderado pela China e demais emergentes”, ainda segundo os analistas da Agrinvest.
Mercado brasileiro
No Brasil, o dólar levemente em queda nesta quinta-feira acaba tirando a importância das boas altas registradas hoje em Chicago. Por volta de 13h30 (Brasília), a moeda americana perdia 0,75% e era negociada a R$ 3,458. E com isso, novas baixas para os preços praticados nos portos brasileiros.
Em Paranaguá, a soja futura já era negociada a R$ 75,00 por saca, bem abaixo dos valores praticados na última semana; a disponível valia hoje R$ 77,00. No terminal de Rio Grande, o valor da disponível era de R$ 76,30 e a da safra nova, R$ 77,00 por saca, praticamente estáveis em relação ao fechamento desta quarta.