Soja: Preços cedem mais de 4% em Chicago na semana com clima melhor na América do Sul

Com o foco no clima da América do Sul, os futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam a semana perdendo mais de 4% entre os principais vencimentos. As condições melhoraram na Argentina e no Rio Grande do Sul e pesaram diretamente sobre as cotações. Além do janeiro, o março também perdeu os US$ 10,00 e ficou em US$ 9,97 por bushel.

Como explicou o economista da Apexsim, Filipe Dawson, havia uma pressão grande – que deu espaço para um intenso prêmio climático – de que importantes regiões produtoras do estado gaúcho e argentinas, o que acabou perdendo força nos últimos dias com a chegada das precipitações. As notícias, ainda de acordo com o espcialista, se uniram ao típico movimento de realização de lucros típica desse período do ano.
“Enquanto o posicionamento dos fundos era esperado, o fator climático é pontual. Se chover menos nas próximas semanas e o déficit hídrico retornar, o mercado deve continuar a subir. A medida de mais informações de produtividade na Argentina, os números também devem mudar. Caso haja uma quebra maior de 10% no país, o mercado deve voltar para patamares muito acima do observado”, explica Dawson.
Entretanto, a recuperação das cotações pode ser mais demorada, já que, até que a nova safra da América do Sul seja concluída, a volatilidade deverá continuar mantendo o tom do mercado em Chicago.
Mercado Brasileiro

No Brasil, os preços acompanharam as baixas em Chicago e também registraram perdas expressivas no acumulado da semana e, no mesmo intervalo, o dólar acumulou uma perda de 3,56% e contribuiu para a pressão sobre as cotações, com a maior baixa, segundo e Reuters, desde 1º de julho. A moeda americana fechou em R$ 3,27 nesta sexta-feira (23).
“Houve fluxo de entrada de recursos e redução da posição comprada de investidores estrangeiros”, comentou o sócio-diretor da gestora Jive Asset Management, Leonardo Monoli à agência de notícias Reuters.
Assim, somente no disponível, os preços da soja nas principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas cederam entre 0,69% e 6,52% e as referências variam entre R$ 62,00 e R$ 74,00 por saca.

Nos portos do país, os preços também cederam. Entre Rio Grande e Paranaguá, as baixas ficaram entre 2,50% e 7,28%, com os preços oscilando de R$ 75,10 a R$ 79,00 por saca, deixando para trás, mais uma vez, o patamar dos R$ 80,00.