Soja segue em queda na Bolsa de Chicago e mercado faz ‘contagem regressiva’ para números do USDA

Em semana de novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado futuro norte-americano da soja segue caminhando de lado. Na sessão desta quarta-feira (10), os preços da soja seguiam recuando e, por volta de 14h15 (horário de Brasília), perdiam 6 pontos entre os principais vencimentos.
Dessa forma, o março/18 valia US$ 9,57 por bushel, enquanto o maio/18 – que é referência para a safra americana – tinha US$ 9,68 por bushel.
“O mercado segue bem calmo nessa contagem regressiva pelo USDA”, diz Bryce Knorr, analista sênior do portal internacional Farm Futures.
E com o ajuste de posições por parte dos traders antes da chegada dos novos números, que acontece nesta sexta-feira (12), nem mesmo o bom momento do petróleo – com as cotações batendo suas máximas em meses – favorecem uma alta dos preços.
O mesmo acontece com um novo anúncio de vendas de soja por parte dos EUA para destinos desconhecidos. O USDA trouxe o reporte de 260 mil toneladas sendo vendidas, com volumes das safras 2017/18 e 2018/19. No entanto, em uma semana típica de ‘proteção’, a informação tem um peso menor no andamento da commodity.

Ao lado dessa espera, o mercado também segue acompanhando a questão climática na América do Sul – e a falta, até este momento, de uma ameaça muito severa à temporada 2017/18. Na Argentina, o tempo ainda está seco na maior parte das principais regiões produtoras do país, porém, com as previsões mostrando melhores condições de chuvas nas próximas duas semanas.
Segundo um boletim do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, que considera uma previsão de chuvas até segunda-feira (15), os próximos dias trariam chuvas de “variada intensidade em áreas do centro e norte argentino com maiores acumulados, de maneira localizada, no norte da província de Córdoba, no Noroeste argentino e no extremo nordeste”.
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No Brasil, o clima tem favorecido praticamente todas as principais regiões produtoras, e a perspectiva, apesar de alguns problemas pontuais, é de uma safra cheia. Não há, porém, um consenso entre os números esperados para esta temporada ainda.
Para a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), apesar de já ter sido iniciada, a colheita no Brasil estaria de 10 a 15 dias ‘atrasada’ se comparada ao ritmo do ano passado. O excesso de chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste motiva declarações como esta.