Soja volta a recuar na CBOT nesta 2ª feira com correção técnica antes do USDA e dólar em alta
Após a abertura positiva dos negócios nesta segunda-feira (9), novas baixas para os preços da soja na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta de 12h15 (horário de Brasília), recuavam entre 10,25 e 13,25 pontos, com o julho/16 – o vencimento mais negociado agora – sendo negociado a US$ 10,24 por bushel.
Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, esse é mais um movimento de correção técnica do mercado, típico de véspera de um novo boletim do USDA. Nesta terça-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos atualiza seu reporte mensal de oferta e demanda e deve mexer com o mercado.
“Essas baixas não são motivadas por nenhum fator entre os fundamentos, trata-se apenas de proteção antes do USDA. É, mais uma vez, um mercado técnico”, diz Brandalizze. Além disso, o viés de alta para as cotações – que ainda vêm o patamar dos US$ 10,50 como um limite para as cotações – ainda é mantido pela menor oferta na América do Sul, pela incerta safra dos EUA – que poderia ter uma redução de área, segundo expectativas do mercado e projeções preliminares – além de uma demanda crescente e aquecida.
Em abril, as importações de soja da Chinaaumentaram, em relação ao mesmo mês de 2015, 33% para alcançarem as 7,07 milhões de toneladas. Em relação a março deste ano, o aumento foi de 15,9%. O volume para o mês foi recorde.
“Os fundos estão comprando de volta algumas posições e os movimentos estão dando suporte aos preços”, disse um corretor japonês à agência Reuters Internacional. “Estamos vendo uma demanda forte da China, com um reaquecimento do setor de suínos, o que significa ainda mais demanda também por farelo para alimentar os animais. E ao mesmo tempo, há preocupações com a oferta – de grão e de farelo na Argentina”, completa.
Outro fator de pressão sobre os preços em Chicago vem ainda da disparada do dólar no Brasil. A moeda norte-americana chegou a subir mais de 3% frente o real após a decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na casa. Uma nova votação acontece em cinco sessões. No exterior, a divisa também opera em alta frente a uma cesta de outras moedas.
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