Tarifaço de Trump: governo Lula aposta em pressão de empresários dos EUA para rever taxas e evita dar prazo para resposta

Trump ameaça impor mais tarifas após retaliação de UE e Canadá

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Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não determinam um prazo para encerrar as negociações com autoridades americanas e não descartam medidas de retaliação caso não haja acordo.

Neste sentido, auxiliares de Lula identificam indícios de que as tarifas aos produtos brasileiros não seriam do interesse do setor privado americano, o que pode auxiliar em um recuo. O Brasil, por exemplo, vende aço semiacabado, muito utilizado na indústria americana.

O governo Lula também conversa com empresários brasileiros para verificar o impacto da taxação e se uma eventual retaliação poderia piorar a situação dos produtores nacionais.

Alternativas

Trump e Lula — Foto: Reuters

Trump e Lula — Foto: Reuters

Caso não haja sucesso na negociação, uma opção de resposta avaliada é taxar produtos específicos que os Estados Unidos vendem para o Brasil, considerada mais amena do que uma medida de reciprocidade, na qual seriam cobradas as mesmas taxas impostas pelo governo americano.

“Reciprocidade e diálogo são princípios que devem nortear a relação entre países. O Brasil é, e vai continuar sendo, dos brasileiros”, publicou.

Um projeto em análise no Senado que trata de reciprocidade ambiental entre países, apresentado pela senadora de oposição Tereza Cristina (PP-MS), foi bem avaliado no governo porque pode ser útil no contexto atual.

União Europeia

A diplomacia brasileira avalia que a conjuntura de tarifaços de Trump, em um cenário de mercados mais fechados, pode acelerar a tramitação do acordo comercial com o Mercosul.

Diante do cenário atual, há otimismo entre auxiliares de Lula para um desfecho da tramitação até dezembro, quando o Brasil sediará a cúpula do Mercosul. No momento, a presidência rotativa do bloco está com a Argentina de Javier Milei. O Brasil comandará o grupo no segundo semestre.