Temer elogia decisão de Dodge e alfineta ex-procurador-geral
O presidente Michel Temer elogiou nesta segunda-feira (2) a decisão da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de requerer o depoimento do peemedebista no inquérito do Porto de Santos e aproveitou para alfinetar o antecessor da procuradora, Rodrigo Janot. Temer publicou em redes sociais no início da noite que a procuradora fez “o que sempre pedimos”: “Permitir que pudéssemos nos manifestar previamente no procedimento, respeitando o Estado Democrático de Direito.” “É assim que se faz Justiça: com prudência e responsabilidade, ouvindo todas as partes envolvidas”, escreveu o presidente em sua conta oficial no Twitter. Ele afirmou ainda que responderá aos questionamentos, uma vez que tem “total interesse no esclarecimento do assunto” e aproveitou para alfinetar o ex-procurador. “Muito bom que a PGR agora tenha uma nova postura, sem querer parar o Brasil com denúncias vazias e irresponsáveis.” Twitter Temer Temer não foi o único a ir às redes sociais parabenizar a nova procuradora-geral por sua decisão. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, publicou mensagem similar: “É muito bom que a Procuradoria agora tem uma nova postura, sem querer parar o Brasil com denúncias vazias”, escreveu. Tanto Temer quanto Moreira foram alvos de denúncias apresentadas pelo ex-procurador-geral da República. No momento, tramita na Câmara dos Deputados acusação contra ambos. Moreira e o presidente são acusados de organização criminosa, e o presidente ainda soma a suspeita de obstrução de Justiça. A DECISÃO Dodge pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tomar o depoimento de Temer e outras oito pessoas no inquérito que apura se houve irregularidade em um decreto da área portuária que beneficiou a empresa Rodrimar, assinado em maio de 2017. A investigação foi aberta após a análise de documentos apreendidos na Operação Patmos e interceptações telefônicas de Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDB-PR) e ex-assessor de Temer, que cumpre regime domiciliar de prisão. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot pediu para apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro na edição do decreto. O procedimento é normal; faz parte da instrução de uma investigação ouvir os alvos. O Planalto afirma que é provável que a defesa do presidente peça para enviar os esclarecimentos por escrito, mas que a estratégia ainda não foi definida.