VÍDEO: Imagens aéreas mostram tanque israelense disparando contra local que abrigava chefe do Hamas, Yahya Sinwar

Imagens aéreas mostram tanque israelense disparando contra local onde chefe do Hamas esta

Imagens aéreas mostram tanque israelense disparando contra local onde chefe do Hamas esta

As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram nesta sexta-feira (18) um novo vídeo da operação que resultou na morte do número 1 do Hamas, Yahya Sinwar.

Nas imagens, é possível ver que um tanque posicionado a alguns metros de distância do local onde Sinwar estava, atira contra o edifício, em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza.

“Nesta semana (quarta-feira), tropas da 828ª Brigada que opera na área de Tel al-Sultan, em Rafah, identificaram vários suspeitos na área. As tropas realizaram varreduras, durante as quais encontraram terroristas que atiraram contra eles e lançaram granadas. Os soldados responderam ao fogo, atingindo os terroristas, que iniciaram tentativas de fuga e se dividiram em dois edifícios adjacentes na área”, afirma um relato oficial publicado pelas FDI.

“As tropas continuaram a sua atividade e varreduras na área para atingir os terroristas, e dispararam contra os edifícios com tanques, eliminando os terroristas. Durante as varreduras realizadas pelas tropas na manhã seguinte, o corpo do líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi identificado”, diz o texto.

Tanque israelense atira contra local que abrigava número 1 do Hamas, Yahya Sinwar — Foto: Forças de Defesa de Israel

Yahya Sinwar, líder do Hamas, que controla a Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Mohammed Salem/File Photo

Yahya Sinwar, líder do Hamas, que controla a Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Mohammed Salem/File Photo

Este foi o primeiro pronunciamento do Hamas desde o anúncio da morte de Sinwar. A confirmação da morte foi feita por Khalil al-Hayya, membro do alto escalão do grupo terrorista — que está sem comando.

Embora todos os membros da cúpula do grupo tenham sido mortos por Israel, al-Hayya, que é vice-líder do Hamas no Catar, afirmou que o Hamas continuará lutando e prometeu vingança.

Ele disse que o Hamas não devolverá os reféns em poder do grupo terrorista enquanto a guerra em Gaza não acabar.

“Esses prisioneiros não retornarão a vocês antes do fim da agressão a Gaza e da retirada de Gaza”, afirmou.

Al-Hayya virou um dos nomes cotados para assumir a liderança do grupo.

Morte de Sinwar

Vídeo mostra Yahya Sinwar momentos antes da morte

Vídeo mostra Yahya Sinwar momentos antes da morte

As Forças Armadas de Israel anunciaram na quinta-feira (17) que mataram Yahya Sinwar, um dos principais alvos dos israelenses. Há um ano, quando começou a guerra contra o Hamas, o primeiro bombardeio de Israel na Faixa de Gaza foi direcionado à casa de Sinwar.

Com apenas dois meses de mandato, Sinwar foi o comandante que chefiou o grupo terrorista por menos tempo. Ele era o único remanescente do principal escalão à frente do Hamas. Todos morreram por ataques de Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.

De acordo com as autoridades, o terrorista morreu durante um confronto com soldados israelenses dentro de uma residência em Rafah, no sul de Gaza. A região foi onde Sinwar nasceu e cresceu.

Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou Sinwar de “destruir suas vidas” e disse que a morte do terrorista “não significa que a guerra acabou”.

A caçada por Sinwar durou mais de um ano e motivou “dezenas de ações realizadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço secreto israelense]”, segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari.

O conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, afirmou nesta quinta que “Inteligência americana ajudou Israel a rastrear e caçar líderes do Hamas, inclusive Sinwar”.

Nascido e crescido na Faixa de Gaza, Sinwar era o líder do Hamas que mais conhecia o território, o que dificultou as operações de Israel. A estratégia, segundo o porta-voz, foi cercá-lo a partir de ataques ao redor de áreas onde o serviço de inteligência identificava que ele poderia estar.

Arcada dentária identificou terrorista

Na mesma operação, soldados israelenses mataram outros dois integrantes do Hamas, que ainda não haviam sido identificados até a última atualização desta reportagem. Após a troca de tiros, os militares suspeitaram que o terceiro combatente era Sinwar.

Eles colheram amostras de DNA e, após uma análise por peritos, confirmaram que se tratava do terrorista. Segundo a imprensa israelense, exames de arcada dentária também foram feitos.

Sinwar é considerado o principal mentor do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, quando o Hamas invadiu Israel e matou cerca de 1.200 pessoas, além de sequestrar outras 230. Israel jurou Sinwar de morte no dia seguinte.

O atentado foi o início da guerra na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel. Recentemente, os militares israelenses abriram uma nova frente de batalha contra o grupo extremista Hezbollah, no Líbano.

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados pelo Irã. O conflito de Israel com esses grupos tem irritado o governo iraniano.

Em 1º de outubro, o Irã lançou uma chuva de mísseis contra Israel. À época, Teerã disse que o ataque foi uma retaliação ao assassinato, pelas forças israelenses, dos então líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh.

O governo israelense prometeu vingança, e o caso gerou temores de uma grande escalada do conflito no Oriente Médio.

Quem foi Yahya Sinwar

Depois de seis anos sendo o chefe do Hamas na Faixa de Gaza e o número 2 na hierarquia do grupo, Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do grupo terrorista, após a morte de Haniyeh.

Desde que virou comandante, o paradeiro de Sinwar era secreto. No entanto, o perfil do terrorista deu pistas a Israel, já que ele tinha uma relação de proximidade com moradores do território.

Eleito por meio de votações secretas, Yahya Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro palestinos ligados a Israel.

O terrorista foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos. Em troca, Israel recebeu de volta o soldado Gilad Shalit, que havia sido sequestrado cinco anos antes pelo Hamas.

Sinwar falava e escrevia hebraico fluentemente — ele disse que, enquanto esteve preso, dedicou-se a estudar o inimigo.

Em 2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas duas palavras: “risco calculado”.